quarta-feira, 26 de abril de 2017

MANCHA-DE-ALTERNÁRIA

Alternaria cucumerina – Curcubitáceas;
Alternaria longipes e Alternaria tabacina – Fumo;
Alternaria sonchi – Almeirão e Chicória;
Alternaria alternata – Algodão, Arroz, Aveia, Batata yacon, Cevada, Feijão, Kiwi, Maçã, Mamão, Milho, Pêra, Romã, Sorgo, Tomate, Trigo;
Alternaria helianthi – Girassol;
Alternaria ricini – Mamona;
Alternaria tenuis – Milho;


CONDIÇÕES FAVORÁVEIS


Temperaturas entre 22 e 30°C e umidade maior que 80%.


SINTOMAS E DANOS


É uma doença de pouca importância para as curcubitáceas. Já na cultura do fumo, pode causar sérios problemas. A ambiente ideal para proliferação da doença é em locais quentes e úmidos. Na cultura do girassol, se apresenta como uma das principais doenças, ocorrendo em praticamente todas as regiões e em todas as épocas de semeadura. Os danos são atribuídos à diminuição da área fotossintética da planta, devido à formação de manchas foliares e à desfolha precoce. Plantas severamente atacadas apresentam maturação antecipada, com diminuição da produção e do peso das sementes.
                Os sintomas iniciais são leve encharcamento nas folhas mais novas, seguido de pequena área amarelada com tecido de consistência coriácea e, finalmente, necrose a partir do centro da mancha que geralmente fica perfurada. Na face inferior das folhas do tecido necrosado ocorre intensa esporulação do fungo. Em caso de ataques severos, toda a folha é atacada e termina caindo. Os frutos, grãos e sementes também são atacados pelo fungo, sofrendo deterioração e apodrecimento. A Alternaria dauci pode causar damping-off na cenoura. Também é de grande importância na cultura da beterraba.


PREVENÇÃO E CONTROLE


Utilização De sementes sadias;
Fumigação nos canteiros;
Evitar o plantio sequencial no mesmo local;
Evitar o plantio em áreas que já houveram grande ocorrência da doença nos anos anteriores;
Evitar o excesso de adubação (principalmente de N);
Plantio em solos bem drenados;
Eliminação de restos culturais;
Busca de cultivares com maior tolerância ou resistência à doença;


MANCHA-DE-ALTERNÁRIA EM ABÓBORA


MANCHA-DE-ALTERNÁRIA EM ALGODÃO


MANCHA-DE-ALTERNÁRIA EM BATATA


MANCHA-DE-ALTERNÁRIA EM CENOURA
Adaptado de: Agrolink


MANCHA-DE-ALTERNÁRIA EM FEIJÃO


MANCHA-DE-ALTERNÁRIA EM FUMO
Adaptado de: Agrolink


MANCHA-DE-ALTERNÁRIA EM GIRASSOL
Adaptado de: Agrolink


MANCHA-DE-ALTERNÁRIA EM MAÇÃ


MANCHA-DE-ALTERNÁRIA EM MAMÃO

  
MANCHA-DE-ALTERNÁRIA EM MAMONA
Fonte: EMBRAPA


MANCHA-DE-ALTERNÁRIA EM MELANCIA


MANCHA-DE-ALTERNÁRIA EM MILHO


MANCHA-DE-ALTERNÁRIA EM PÊRA


MANCHA-DE-ALTERNÁRIA EM TOMATE

terça-feira, 18 de abril de 2017

TERRACEAMENTO

O terraceamento é uma prática de combate à erosão, que consiste na construção de terraços que tem o intuito de controlar o volume e direção do escoamento das águas das chuvas. É recomendado que o seu uso seja feito em conjunto com outras práticas, como a cobertura do solo com palhada, calagem e adubação fertilizante balanceadas, e com práticas de caráter vegetativo, por exemplo, rotação de culturas com plantas de cobertura e cultivo em nível ou em contorno.
Ele consiste na construção de uma estrutura transversal ao sentido do maior declive do terreno. Apresenta estrutura composta de um dique e um canal e tem a finalidade de reter e infiltrar, nos terraços em nível, ou escoar lentamente para áreas adjacentes, nos terraços em desnível ou com gradiente, as águas das chuvas.  Logo, a função dos terraços é interceptar a água que escorre na superfície da área, evitando a formação de enxurradas e favorecendo a infiltração da água no solo e ou a sua drenagem lenta e segura, além de contribuir para a recarga de aquíferos.

PLANTIO DIRETO + TERRACEAMENTO

                Muitos acreditam que quando se faz uma dessas duas práticas, não é necessário fazer a outra, no entanto já foi comprovado que o plantio direto sem o teraceamento não evitam os riscos de erosão, já que as chuvas de alta intensidade podem acarretar em enxurradas muito fortes que podem ocorrer a remoção das palhadas.

CLASSIFICAÇÃO DOS TERRAÇOS

Quanto à função:

Terraço em nível, de retenção ou de infiltração



São terraços construídos sobre as niveladas demarcadas em nível e com as bordas bloqueadas, cuja função é interceptar a enxurrada e permitir que a água seja retida e infiltre. É recomendado para solos de boa permeabilidade, como os Latossolos e Nitossolos, além do solos arenosos, como os Neossolos Quartzarênicos e as Areias Quartzosas.


Terraço em gradiente, desnível, de escoamento ou de drenagem

São construídos com pequeno gradiente ou desnível transversalmente ao maior declive da rampa. Acumula o excedente de água e permite seu escoamento lentamente para fora da área protegida, por uma ou duas extremidades abertas, até canais escoadouros vegetados. São recomendados para solos com permeabilidade moderada ou lenta que dificultam a infiltração de água da chuva na intensidade necessária, como os solos das classes dos Cambissolos, Argissolos, antigos Podzólicos e Neossolos Litólicos.


Terraço misto

Construído com um canal de pequeno declive e com um volume de acumulação do escoamento superficial. Uma vez que esse volume de acumulação seja preenchido, começa a funcionar como terraço em gradiente.


Quanto à construção:

Tipo Nichols


Esquema de terraço tipo Nichols em uma rampa


               Na sua construção, o solo é cortado com arado, e não se deve usar grade-aradora. O solo deve ser movimentado sempre de cima para baixo, de modo que a massa que forma o camalhão é retirada da faixa imediatamente superior, o que resulta no canal.  Esse tipo de canal pode ser construído em rampas com declive de até 15% e, excepcionalmente, se o solo apresentar boa cobertura de palhada, a 18%.


Tipo Manghum


               É movimentada uma faixa mais larga de solo que a do terraço tipo Nichols. A massa de solo é deslocada tanto da faixa imediatamente superior como da inferior ao camalhão, e nos dois sentidos da aração, em passadas de ida e volta com o trator. Esses terraços podem ser construídos com terraceadores em terrenos de menor declividade. Quanto à dimensão da estrutura e volume de movimentação de terras, os terraços podem ser de base larga (A), média (B) ou estreita (C), sendo os de base larga e nivelados recomendados para a construção em Latossolos e Neossolos Quartzarenicos. Esse tipo de terraço tem a vantagem de permitir o cultivo em praticamente toda a sua superfície e de facilitar sua manutenção com as operações normais de preparo do solo.
          Os terraços de base média são indicados para pequenas ou médias propriedades onde há maquinaria suficiente para os implementos recomendados, com declividade do terreno de até 15%, E os terraços de base estreita são recomendados apenas em condições em que não seja possível instalar terraços de base média ou larga. Normalmente, são recomendados para pequenas propriedades, com baixa intensidade de mecanização agrícola e devem ser construídos em terrenos com declividade acima de 12%. No entanto, sua construção apresenta a desvantagem da diminuição da área útil para o cultivo agrícola.




Para aprender a fazer o dimensionamento de um terraço, acesse o arquivo nas referências bibliográficas.


Referências bibliográficas:

EMBRAPA. Boas práticas agrícolas - Terraceamento. Disponível em https://www.embrapa.br/documents/10180/13599347/ID01.pdf. Acesso em: 17 de Abril de 2017.






terça-feira, 11 de abril de 2017

FERRUGEM

Tranzschelia discolor e Tranzschelia pruni-spinosae – Pêssego e Ameixa;
Puccinia hordei – Cevada;
Puccinia sorghi – Milho;
Puccinia polysora (Ferrugem polisora) – Milho;
Physopella zeae (Ferrugem Tropical) – Milho;
Cerotelium sp - Gêneros Ficus, Broussonetia, Chlorophora, Maclura e Morus;
Uromyces phaseoli – Feijão e feijão de vagem;
Puccinia iridis – Gramíneas;
Puccinia chrysanthemi – Crisântemo;
Uromyces transversalis – Gladíolo;
Puccinia psidii – Eucalipto e Goiaba, Jabuticaba e Pitanga;
Puccinia allii – Alho, Cebola e Chalota;
Uromyces pisi-sativi – Ervilha;
Phakopsora gossypii – Algodão;
Puccinia pampeana – Berinjela, Pimenta, Pimentão, Jiló;
Batistopsora crucis-filii – Anonáceas;
Puccinia melanocephala e Puccinia kuehnii – Cana-de-açucar;
Puccinia arachidis – Amendoim;
Uromyces viciae-fabae -  Lentilha, Feijão-vagem e outras hortaliças leguminosas;
Puccinia helianthi – Girassol;
Uromyces betae – Beterraba;
Uromyces manihotis – Mandioca;
Puccinia purpúrea – Sorgo;
Phakopsora pachyrhizi – Soja, Trigo;
Puccinia recôndita – Trigo, Aveia, Centeio, Cevada, Milheto, Sorgo, Triticale;
Cerotelium fici – Figo;
Puccinia coronata var. avenae – Aveia;
Phakopsora euvitis – Uva;
Phragmidium rosae-pimpinellifoliae - Cravo, Gladíolo, Plantas ornamentais, Rosa;
Phragmidium mucronatum – Rosa;
Hemileia vastatrixCafé;
Puccinia graminis - Gramados, Trigo, Triticale, Tucunaré;
Uromyces dianthi - Cravo, Gladíolo, Plantas ornamentais, Rosa;
Puccinia striiformis – Trigo;
Melampsora medusae – Álamo;

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS
               
Quando a doença ocorre em áreas que apresentam condições climáticas favoráveis, causa severas perdas por atacar todas as partes verdes da planta. A ocorrência está vinculada a áreas onde as temperaturas são elevadas durante a primavera. Por esse motivo, não ocorre todos os anos em regiões de clima frio. As condições ótimas para o ataque da ferrugem incluem a ocorrência de baixa intensidade de luz na superfície das folhas, temperaturas elevadas e clima úmido.

SINTOMAS E DANOS

                Na cultura do pêssego e da ameixa, provoca desfolha precoce, podendo resultar em floração no outono. A queda prematura das folhas debilita a planta, prejudicando produções futuras. Para a cevada, tem grande importância em locais onde a cultura amadurece tardiamente. No Brasil, este fungo tem maior severidade esporadicamente no estado do Paraná.
Na cultura do milho, há 3 tipos de ferrugem, sendo a causada por Puccinia sorghi a menos severa. Seu desenvolvimento é favorecido por temperaturas baixas (16 a 18ºC) e alta umidade relativa (100%). O patógeno possui como hospedeiros intermediários, espécies de trevo, do gênero Oxalis, nas quais desenvolve esporos, que servem de inóculo para a cultura do milho. A ferrugem polisora (Puccinia polisora) é a mais agressiva e destrutiva das doenças do milho na região central do Brasil. Danos econômicos da ordem de até 65% já foram constatados.
A ferrugem no feijoeiro tem ampla distribuição, e pode causar danos severos quanto ocorre mais cedo no ciclo da cultura. Epidemias severas são favorecidas por ocorrência regular de orvalho e temperaturas moderadas. Os sintomas podem ocorrer nas vagens e hastes, mas predominam nas folhas.
É uma doença de grande importância também para goiaba por exemplo, que pode ocasionar perda total na produção. Para o alho também é importante, sendo a severidade do ataque condicionada ao estágio de desenvolvimento da cultura e das condições climáticas, podendo causar grandes prejuízos devido à queda significativa de produção em plantios tardios quando coincidem as condições ótimas de frio para o desenvolvimento da doença. Tem ocorrido perdas severas no cultivo do girassol pela desfolha prematura, em áreas de clima úmido.
A ferrugem da mandioca não tem sido considerada uma doença importante para o país, no entanto já foram percebidas severas epidemias em diferentes regiões do Nordeste, nos últimos anos. No Brasil, encontra-se distribuída por todas as áreas de plantio de sorgo, sendo maior a sua incidência em regiões com as condições favoráveis para o patógeno. Ela é muito importante para a soja, sendo uma das doenças que mais têm preocupado os produtores, com os danos podendo chegar a cerca de 70%. Devido à facilidade de disseminação do fungo pelo vento, a doença ocorre em praticamente todas as regiões produtoras de soja do país.
É de grande importância na cultura do figo, causando perdas severas, especialmente nos casos onde não é feito o controle do patógeno e há condições favoráveis ao seu desenvolvimento. Em trigo, as perdas em rendimento de grãos podem chegar à 50%.  A ferrugem da folha é a doença mais importante da cultura da aveia e ocorre em todas as regiões onde é cultivada. Cultivares suscetíveis têm seus rendimentos severamente afetados, necessitando do uso sistemático de fungicidas.
A ferrugem é a principal doença da cultura do álamo no viveiro e no campo.


PREVENÇÃO E CONTROLE


                Em culturas anuais, recomenda-se a rotação de cultura, remoção de restos culturais e eliminação de plantas voluntárias hospedeiras visando a redução do inóculo inicial, evitar plantio em solos compactados e mal drenados, não manter as folhas molhadas por muito tempo, evitar o adensamento de plantas, além do ajuste da época de plantio de modo a evitar ocorrência de longos períodos de umidade e temperaturas favoráveis à infecção durante o pré-florescimento ou florescimento. O controle da ferrugem através do plantio de variedades resistentes também é importante, mas se mostra prejudicado devido à grande variabilidade patogênica do agente causal. O controle químico é indispensável em locais favoráveis à ocorrência da doença enquanto não se dispuser de cultivares resistentes. No caso do feijão, esse controle deve ser realizado com o aparecimento das primeiras pústulas, em regiões de alta incidência. Já nas culturas de pêssego e ameixa, pulverizações outonais e tratamentos de inverno podem diminuir o inóculo inicial da doença.
                Em culturas perenes, é importante promover um melhor arejamento e insolação de pomares através de podas e desfolhas. Realizar a poda em períodos com condição climática desfavorável à ocorrência da doença. Erradicar das proximidades da cultura, variedades muito susceptíveis ou plantas que possam servir de fonte de inóculo permanente (Myrtaceas, por exemplo), e se possível instalar os pomares em locais que apresentem baixa umidade relativa ou menor período chuvoso. Outro aspecto importantíssimo, seja para culturas anuais ou perenes é a adubação, que deve ser adequada de acordo com a análise do solo, evitando excesso de adubação nitrogenada.


FERRUGEM EM PÊSSEGO


FERRUGEM EM CEVADA


FERRUGEM EM MILHO
Ferrugem por Physopella zeae, Puccinia polisora e Puccinia sorghi (esquerda, centro e direita, respectivamente)
Adaptado de: Agrolink


FERRUGEM EM FEIJÃO


FERRUGEM EM GLADIOLO


FERRUGEM EM GOIABA


FERRUGEM EM ALHO


FERRUGEM EM ERVILHA


FERRUGEM EM ALGODÃO


FERRUGEM EM CANA
Fonte: Agrolink


Fonte: Agrolink


FERRUGEM EM AMENDOIM


FERRUGEM EM GIRASSOL


FERRUGEM EM BETERRABA
Adaptado de: Agrolink


FERRUGEM EM MANDIOCA
Adaptado de: Agrolink


FERRUGEM EM SORGO
Adaptado de: Agrolink


FERRUGEM EM SOJA

FERRUGEM EM TRIGO
Adaptado de: Agrolink


FERRUGEM EM AVEIA
Adaptado de: Agrolink


FERRUGEM EM FIGUEIRA
Adaptado de: Agrolink


FERRUGEM EM VIDEIRA
Adaptado de: Agrolink


FERRUGEM EM CAFÉ
Adaptado de: Agrolink


FERRUGEM EM ROSEIRA


FERRUGEM EM ÁLAMO

Adaptado de: Agrolink