O
terraceamento é uma prática de combate à erosão, que consiste na construção de
terraços que tem o intuito de controlar o volume e direção do escoamento das
águas das chuvas. É recomendado que o seu uso seja feito em conjunto com outras
práticas, como a cobertura do solo com palhada, calagem e adubação fertilizante
balanceadas, e com práticas de caráter vegetativo, por exemplo, rotação de
culturas com plantas de cobertura e cultivo em nível ou em contorno.
Ele consiste
na construção de uma estrutura transversal ao sentido do maior declive do
terreno. Apresenta estrutura composta de um dique e um canal e tem a finalidade
de reter e infiltrar, nos terraços em nível, ou escoar lentamente para áreas
adjacentes, nos terraços em desnível ou com gradiente, as águas das
chuvas. Logo, a função dos terraços é
interceptar a água que escorre na superfície da área, evitando a formação de
enxurradas e favorecendo a infiltração da água no solo e ou a sua drenagem
lenta e segura, além de contribuir para a recarga de aquíferos.
PLANTIO DIRETO + TERRACEAMENTO
Muitos
acreditam que quando se faz uma dessas duas práticas, não é necessário fazer a
outra, no entanto já foi comprovado que o plantio direto sem o teraceamento não
evitam os riscos de erosão, já que as chuvas de alta intensidade podem
acarretar em enxurradas muito fortes que podem ocorrer a remoção das palhadas.
CLASSIFICAÇÃO DOS TERRAÇOS
Quanto à função:
Terraço em nível, de retenção ou de infiltração
São terraços
construídos sobre as niveladas demarcadas em nível e com as bordas bloqueadas,
cuja função é interceptar a enxurrada e permitir que a água seja retida e
infiltre. É recomendado para solos de boa permeabilidade, como os Latossolos e
Nitossolos, além do solos arenosos, como os Neossolos Quartzarênicos e as
Areias Quartzosas.
Terraço em gradiente, desnível, de escoamento ou de drenagem
São
construídos com pequeno gradiente ou desnível transversalmente ao maior declive
da rampa. Acumula o excedente de água e permite seu escoamento lentamente para
fora da área protegida, por uma ou duas extremidades abertas, até canais
escoadouros vegetados. São recomendados para solos com permeabilidade moderada
ou lenta que dificultam a infiltração de água da chuva na intensidade necessária,
como os solos das classes dos Cambissolos, Argissolos, antigos Podzólicos e
Neossolos Litólicos.
Terraço misto
Construído com
um canal de pequeno declive e com um volume de acumulação do escoamento
superficial. Uma vez que esse volume de acumulação seja preenchido, começa a
funcionar como terraço em gradiente.
Quanto à construção:
Tipo Nichols
Esquema de terraço tipo Nichols em uma rampa
Na sua construção, o solo é
cortado com arado, e não se deve usar grade-aradora. O solo deve ser movimentado
sempre de cima para baixo, de modo que a massa que forma o camalhão é retirada
da faixa imediatamente superior, o que resulta no canal. Esse tipo de canal pode ser construído em rampas
com declive de até 15% e, excepcionalmente, se o solo apresentar boa cobertura
de palhada, a 18%.
Tipo Manghum
É movimentada uma faixa mais
larga de solo que a do terraço tipo Nichols. A massa de solo é deslocada tanto
da faixa imediatamente superior como da inferior ao camalhão, e nos dois
sentidos da aração, em passadas de ida e volta com o trator. Esses terraços
podem ser construídos com terraceadores em terrenos de menor declividade. Quanto
à dimensão da estrutura e volume de movimentação de terras, os terraços podem
ser de base larga (A), média (B) ou estreita (C), sendo os de base larga e
nivelados recomendados para a construção em Latossolos e Neossolos
Quartzarenicos. Esse tipo de terraço tem a vantagem de permitir o cultivo em
praticamente toda a sua superfície e de facilitar sua manutenção com as operações
normais de preparo do solo.
Os terraços de base média são
indicados para pequenas ou médias propriedades onde há maquinaria suficiente
para os implementos recomendados, com declividade do terreno de até 15%, E os
terraços de base estreita são recomendados apenas em condições em que não seja
possível instalar terraços de base média ou larga. Normalmente, são
recomendados para pequenas propriedades, com baixa intensidade de mecanização
agrícola e devem ser construídos em terrenos com declividade acima de 12%. No
entanto, sua construção apresenta a desvantagem da diminuição da área útil para
o cultivo agrícola.
Para aprender
a fazer o dimensionamento de um terraço, acesse o arquivo nas referências bibliográficas.
Referências bibliográficas:
EMBRAPA. Boas práticas agrícolas - Terraceamento. Disponível em https://www.embrapa.br/documents/10180/13599347/ID01.pdf. Acesso em: 17 de Abril de 2017.
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