terça-feira, 18 de abril de 2017

TERRACEAMENTO

O terraceamento é uma prática de combate à erosão, que consiste na construção de terraços que tem o intuito de controlar o volume e direção do escoamento das águas das chuvas. É recomendado que o seu uso seja feito em conjunto com outras práticas, como a cobertura do solo com palhada, calagem e adubação fertilizante balanceadas, e com práticas de caráter vegetativo, por exemplo, rotação de culturas com plantas de cobertura e cultivo em nível ou em contorno.
Ele consiste na construção de uma estrutura transversal ao sentido do maior declive do terreno. Apresenta estrutura composta de um dique e um canal e tem a finalidade de reter e infiltrar, nos terraços em nível, ou escoar lentamente para áreas adjacentes, nos terraços em desnível ou com gradiente, as águas das chuvas.  Logo, a função dos terraços é interceptar a água que escorre na superfície da área, evitando a formação de enxurradas e favorecendo a infiltração da água no solo e ou a sua drenagem lenta e segura, além de contribuir para a recarga de aquíferos.

PLANTIO DIRETO + TERRACEAMENTO

                Muitos acreditam que quando se faz uma dessas duas práticas, não é necessário fazer a outra, no entanto já foi comprovado que o plantio direto sem o teraceamento não evitam os riscos de erosão, já que as chuvas de alta intensidade podem acarretar em enxurradas muito fortes que podem ocorrer a remoção das palhadas.

CLASSIFICAÇÃO DOS TERRAÇOS

Quanto à função:

Terraço em nível, de retenção ou de infiltração



São terraços construídos sobre as niveladas demarcadas em nível e com as bordas bloqueadas, cuja função é interceptar a enxurrada e permitir que a água seja retida e infiltre. É recomendado para solos de boa permeabilidade, como os Latossolos e Nitossolos, além do solos arenosos, como os Neossolos Quartzarênicos e as Areias Quartzosas.


Terraço em gradiente, desnível, de escoamento ou de drenagem

São construídos com pequeno gradiente ou desnível transversalmente ao maior declive da rampa. Acumula o excedente de água e permite seu escoamento lentamente para fora da área protegida, por uma ou duas extremidades abertas, até canais escoadouros vegetados. São recomendados para solos com permeabilidade moderada ou lenta que dificultam a infiltração de água da chuva na intensidade necessária, como os solos das classes dos Cambissolos, Argissolos, antigos Podzólicos e Neossolos Litólicos.


Terraço misto

Construído com um canal de pequeno declive e com um volume de acumulação do escoamento superficial. Uma vez que esse volume de acumulação seja preenchido, começa a funcionar como terraço em gradiente.


Quanto à construção:

Tipo Nichols


Esquema de terraço tipo Nichols em uma rampa


               Na sua construção, o solo é cortado com arado, e não se deve usar grade-aradora. O solo deve ser movimentado sempre de cima para baixo, de modo que a massa que forma o camalhão é retirada da faixa imediatamente superior, o que resulta no canal.  Esse tipo de canal pode ser construído em rampas com declive de até 15% e, excepcionalmente, se o solo apresentar boa cobertura de palhada, a 18%.


Tipo Manghum


               É movimentada uma faixa mais larga de solo que a do terraço tipo Nichols. A massa de solo é deslocada tanto da faixa imediatamente superior como da inferior ao camalhão, e nos dois sentidos da aração, em passadas de ida e volta com o trator. Esses terraços podem ser construídos com terraceadores em terrenos de menor declividade. Quanto à dimensão da estrutura e volume de movimentação de terras, os terraços podem ser de base larga (A), média (B) ou estreita (C), sendo os de base larga e nivelados recomendados para a construção em Latossolos e Neossolos Quartzarenicos. Esse tipo de terraço tem a vantagem de permitir o cultivo em praticamente toda a sua superfície e de facilitar sua manutenção com as operações normais de preparo do solo.
          Os terraços de base média são indicados para pequenas ou médias propriedades onde há maquinaria suficiente para os implementos recomendados, com declividade do terreno de até 15%, E os terraços de base estreita são recomendados apenas em condições em que não seja possível instalar terraços de base média ou larga. Normalmente, são recomendados para pequenas propriedades, com baixa intensidade de mecanização agrícola e devem ser construídos em terrenos com declividade acima de 12%. No entanto, sua construção apresenta a desvantagem da diminuição da área útil para o cultivo agrícola.




Para aprender a fazer o dimensionamento de um terraço, acesse o arquivo nas referências bibliográficas.


Referências bibliográficas:

EMBRAPA. Boas práticas agrícolas - Terraceamento. Disponível em https://www.embrapa.br/documents/10180/13599347/ID01.pdf. Acesso em: 17 de Abril de 2017.






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