A CULTURA DO MILHO (PARTE 11 - FINAL)
Orius spp.
Orius contém um número estimado de 70 espécies de percevejos de ampla distribuição mundial em diversas culturas, sendo constituído por predadores de pequenos artrópodes como tripes, ácaros, mosca-branca, pulgões e ovos de lepidópteros. Esses percevejos possuem certas características que os tornam promissores agentes de controle biológico, destacando-se a alta eficiência de busca, habilidade para aumentar a população e agregar-se rapidamente quando há presas em abundância, além de sobreviver em baixa densidade de presas. No Brasil, Orius insidiosus é a espécie mais abundante e de maior potencial para utilização em programas de controle biológico.
Orius predadores
Geocoris spp.
São insetos pequenos (aproximadamente 4 mm) ocorrendo em muitas partes do mundo. Geralmente são considerados benéficos porque atacam vários tipos de pragas incluindo insetos e ácaros, em cultivos ornamentais e agrícolas. Em milho, a espécie Geocoris punctipes é muito comum na espiga, predando ovos e lagartas de Helicoverpa zea.
Geocoris spp.
Percevejo nabídeo
Os nabídeos são geralmente bronzeados, que se assemelham a um indivíduo pequeno e liso de um percevejo assassino ou até mesmo a um inseto praga. Esta é uma família pequena de predadores generalista, muito comum na agricultura alimentando de muitos tipos de insetos. São predadores de pulgões, ovos de mariposas e lagartas pequenas, inclusive de lagartas do milho.
Percevejo podísus
Esse predador pica sua presa e injeta uma toxina que a paralisa em tempo relativamente curto. A presa é morta à medida que seus fluidos internos são sugados pelo predador. Tanto as ninfas quanto os adultos possuem o hábito de predação.
Nabídeo (cima) e Podísus (baixo). Fonte: Cruz, 2017
Besouro de superfície do solo
A maioria das espécies é de hábito noturno e com coloração geral preta ou marrom, embora algumas espécies exibam uma coloração iridescente e azul metálica, bronze, esverdeada ou com reflexões avermelhadas. A família também inclui os besouros diurnos, denominados “Besouros tigre”, família Cicindelidae. Os besouros Carabeídeos e suas larvas são essencialmente carnívoros. O gênero Calosoma é um besouro de coloração esverdeada, grande (25 a 30 mm), iridescente, que se alimenta principalmente de lagartas e pupas de pragas de milho e de outros cultivos. O desenvolvimento das larvas e a sobrevivência dos adultos, às vezes duram mais de um ano.
Besouro atacando lagarta-do-cartucho (cima) e os ovos do besouro (baixo)
Além desses, tem-se também os entomopatógenos como Bacillus thuringiensis e Baculovirus spodoptera, que são os principais utilizados no controle da lagarta-do-cartucho.
Bacillus thuringiensis
É uma bactéria cosmopolita, que ocorre naturalmente em vários habitats incluindo solo, resíduos de grãos, poeira, água, matéria vegetal e insetos. Caracteriza-se por formar um cristal proteico. Esse cristal possui propriedades inseticidas específicas, podendo atacar vários insetos e artrópodes, incluindo lepidópteros, dípteros, coleópteros, hymenópteros, homópteros e ácaros. Existem no mercado, desde 1960, bioinseticidas à base de B. thuringiensis.
Baculovirus spodoptera
Os baculovírus são o grupo mais comum e mais estudado dentre os grupos de vírus patogênicos a insetos. Isso se deve ao fato de que são os vírus com o maior potencial de atuação como agentes de controle biológico de pragas, sendo conhecidos mais de 20 grupos de vírus patogênicos a insetos. Os baculovírus pertencem à família Baculoviridae e infectam um grande número de artrópodes, inclusive lagartas. O primeiro inseticida à base de Baculovirus spodoptera foi lançado no dia 12 de Maio de 2017.
Referências bibliográficas:
CRUZ. I. Insetos-praga do milho e seus inimigos naturais. Disponível em:< https://www.embrapa.br/documents/1344498/2767891/insetos-pragas-do-milho-e-seus-inimigos-naturais.pdf/87f5adc9-cebb-4721-9598-97ea08250711>. Acesso em: 01.08.2017
Grigolli e Lourenção. Doenças do milho safrinha. Disponível em:< http://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/151/151/55ad6368ae80a392383d052b83891b289ab09d98603aa_capitulo-07_doencas-do-milho-safrinha.pdf>. Acesso em: 19.06.2017.
EMBRAPA, 2006. Circular Técnica: Doenças na cultura do milho. Disponível em:< http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/publica/2006/circular/Circ_83.pdf>. Acesso em: 19.06.2017.
EMBRAPA, 2008. Cultivo do sorgo. Disponível em: http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/sorgo_4_ed/solos_diagnose.htm. Acesso em: 06.06.2017
Grundon, N. J., Edwards, D. G., Takkar, P. N., Asher, C. J., & Clark, R. B. (1987). Nutritional disorders of grain sorghum. Australian Centre for International Agricultural Research.
E.O.SABATO, 2014. Doenças do Milho. SOCIEDADE BRASILEIRA DE FITOPATOLOGIA (SBF)
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