O milho é o cereal mais expressivo cultivado no Brasil, muito importante desde a agricultura familiar até a exportação. Sua produtividade média é muito baixa quando comparado ao seu potencial de produção, desde as práticas sejam feitas corretamente. Tem um ciclo que pode ser mais precoce que dura em torno de 110 dias após a emergência e um ciclo mais tardio, que pode perdurar até 180 dias após a emergência.
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
A cultura é capaz desenvolver com uma temperatura mínima de 10°C e máxima de 30°C. Temperaturas abaixo da mínima por períodos longos afetam crescimento da planta, que se torna praticamente nulo, e temperaturas acima da máxima por períodos longos, durante a noite, provocam a diminuição do rendimento dos grãos. A temperatura ideal para o desenvolvimento, da emergência até a floração, está compreendida entre 24°C e 30°C. Já na fase de enchimento de grãos, verificou-se que o milho obteve maior produção de matéria seca e maior rendimento na temperatura de 21°C.
O consumo de água pela planta, nos estádios iniciais de crescimento, num clima quente e seco, raramente excede 2,5 mm/dia. Durante o período compreendido entre o espigamento e a maturação, o consumo pode se elevar para 5 a 7,5 mm diários. Mas se a temperatura estiver muito elevada e a umidade do ar muito baixa, o consumo poderá chegar até 10 mm/dia.
Quando há déficit hídrico na fase de crescimento da planta ocorre um menor desenvolvimento da massa vegetativa, logo, diminui-se a taxa fotossintética. Após o déficit hídrico, a produção de grãos é afetada diretamente devido ao mesmo fator. Na fase do florescimento, a ocorrência de dessecação dos estilos-estigmas (aumento do grau de protandria), aborto dos sacos embrionários, distúrbios na meiose, aborto das espiguetas e morte dos grãos de pólen resultarão em redução no rendimento. Déficit hídrico na fase de enchimento de grãos afetará o metabolismo da planta e o fechamento de estômatos, reduzindo a taxa fotossintética e, consequentemente, a produção de fotoassimilados e sua translocação para os grãos.
ADUBAÇÃO
Para calagem, deve-se elevar a saturação de bases para 60%. Na adubação, de acordo com a produtividade esperada (que reflete a mecanização do sistema) e com base na análise e na tabela abaixo, é possível se ter uma recomendação de adubação.
Também é de grande importância a adubação de cobertura. Para os plantios em sucessão ou em rotação com soja, o ideal é a aplicação de cerca de 20 kg/ha de N de cobertura. No plantio direto, recomenda-se aumentar a adubação nitrogenada de plantio para 30 kg/ha de N. Também é interessante fazer o parcelamento dessa adubação, principalmente solos arenosos (2 aplicações), com seis e com dez folhas. Quando o fertilizante nitrogenado for a uréia, ela deve ser incorporada a uma profundidade de cerca de 5 cm ou via água de irrigação.
Em relação ao potássio, quando o solo for arenoso ou quando a recomendação exceder 80 kg/ha, é recomendável aplicar metade da dose no plantio e metade junto com a cobertura nitrogenada. Em solos deficientes em Zinco, recomenda-se a aplicação de 1 a 2 kg/há. O enxofre também é um nutriente importante para a cultura, sendo recomendável a aplicação no plantio ou em cobertura, 30 kg/ha, quando forem usados adubos concentrados.
SINTOMA DA DEFICIÊNCIA DE NUTRIENTES
Deficiência de nitrogênio
Ocorre o amarelecimento da ponta para a base em forma de "V". Então, há o secamento das folhas, começando na ponta das mais velhas e progredindo ao longo da nervura principal. Por último, ocorre a necrose das folhas e dilaceramento dos colmos finos.
Fonte: EMBRAPA, 2008
Deficiência de fósforo
Os sintomas são: cor verde escuro das folhas mais velhas seguindo-se tons roxos nas pontas e margens. O colmo também pode ficar roxo.
Fonte: EMBRAPA, 2008
Deficiência de Potássio
Clorose nas pontas e margens das folhas mais velhas seguida por secamento, necrose ("queima") e dilaceração do tecido. Os colmos apresentam internódios mais curtos e as folhas mais novas podem mostrar clorose internerval, que é típica da falta de ferro.
Fonte: EMBRAPA, 2008
Deficiência de Cálcio
As pontas das folhas mais novas gelatinizam e, quando secas, grudam umas às outras. Quando a planta vai crescendo, as pontas podem estar presas. Nas folhas superiores aparecem sucessivamente: amarelecimento, secamento, necrose e dilaceração das margens e clorose internerval (faixas largas), ocorrendo assim a morte da região de crescimento.
Fonte: EMBRAPA, 2008
Deficiência de Magnésio
As folhas mais velhas amarelecem nas margens e depois entre as nervuras dando o aspecto de estrias, podendo vir a seguir necrose das regiões cloróticas. O sintoma progride para as folhas mais novas.
Fonte: EMBRAPA, 2008
Deficiência de Zinco
São formadas faixas brancas ou amareladas entre a nervura principal e as bordas, podendo ocorrer necrose e também tons roxos. As folhas novas se desenrolando na região de crescimento são esbranquiçadas ou de cor amarelo - pálido, com internódios curtos.
Fonte: EMBRAPA, 2008
Deficiência de Boro
Percebe-se faixas alongadas, aquosas ou transparentes, e que depois ficam brancas ou secas nas folhas novas. O ponto de crescimento morre. Além disso, há uma redução na polinização e quando as espigas se desenvolvem, podem mostrar faixas marrons na base dos grãos.
Fonte: EMBRAPA, 2008
Deficiência de Cobre
Quando há deficiência em Cobre, ocorre o amarelecimento das folhas novas logo que começam a se desenrolar. Logo depois, as pontas se curvam e mostram necrose. As folhas são amarelas e mostram faixas semelhantes a aquelas provocadas pela carência de ferro. As margens são necrosadas e o colmo é macio e se dobra.
Fonte: EMBRAPA, 2008
Deficiência de Ferro
Ocorre clorose internerval em toda a extensão da folha, onde só permanecem verdes as nervuras.
Fonte: EMBRAPA, 2008
Deficiência de Manganês
Quando a deficiência é moderada, ocorre clorose internerval das folhas mais novas (e depois de todas elas. Em casos mais severos aparecem no tecido faixas longas e brancas e o tecido do meio da área clorótica pode morrer e desprender-se, além de serem formados colmos finos.
Fonte: EMBRAPA, 2008
Deficiência de Enxofre
Folhas novas e recém formadas com coloração amarelo pálido ou verde suave. Ao contrário da deficiência de nitrogênio, os sintomas ocorrem nas folhas novas, indicando que os tecidos mais velhos não podem contribuir para o suprimento de enxofre para os tecidos novos, os quais são dependentes do nutriente absorvido pelas raízes.
Fonte: EMBRAPA, 2008
PRINCIPAIS PRAGAS DO MILHO
Larva alfinete (Diabrotica Speciosa)
Os danos às plantas são causados pelas larvas e pelos adultos. As larvas são conhecidas como larvas-alfinete e alimentam-se das raízes das plantas, o que reduz a sustentação e a absorção de água e nutrientes. Já os adultos fazem perfurações e cortes em brotações, folhas, botões florais, flores e vagens. Os insetos adultos são as chamadas “vaquinhas”, e tem cerca de 1cm. Eles tem preferência por solos escuros ricos em matéria orgânica.
Larva alfinete (esquerda) e inseto adulto (direita) Fonte: Moreira e Aragão, 2009.
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